Corrida solitária ou solidária?

Frase usual: a corrida é um esporte solitário. Em parte é verdade, e nisso está uma de suas vantagens, é um tempo só da pessoa, relaxamento, para ouvir respiração, batimentos, organizar as ideias...Correr em grupo também é bom, e tem gente que detesta correr sozinho. Mas a superação, a melhora de marcas, aumento de distância, a conquista, é mais individual.
Só que ontem participei de algo diferente em termos de corrida, e quero compartilhar. O Daniel, treinador da minha amiga Simone, é ultramaratonista. E ele decidiu fazer uma corrida de 24 horas. Sim, ele correndo 24 horas. Tá, coisa de maluco, também acho. Mas não era por ele, e sim em prol da Associação Blumenauense na Luta contra o Câncer - Ablucan. Ultramaluco do bem, então.
Funcionava assim: ele ia correr das 15h de sábado às 15h de domingo, fazendo sempre o mesmo percurso, de aproximadamente 5km, no centro de Blumenau. Isso para chamar a atenção e as pessoas doarem valores para a associação, apoiando a corrida, e, querendo, correr junto com ele e com quem estivesse na hora, no mesmo percurso, além de doar.
Claro que naquele horário em que todo mundo costuma correr, final de tarde, de manhã, tinha bastante gente. Duro mesmo era acompanhar de madrugada, no frio que estava, e ainda chovendo no sábado!
E mais uma vez percebi que medidas simples podem ajudar as pessoas. Não que correr 24 horas tenha alguma coisa de simples. Mas eu, assim como muita gente,  já ia treinar no final de semana mesmo, então por que não fazer aquele percurso e ajudar quem precisa? Simples assim.
Talvez eu não fosse fazer o depósito se visse uma propaganda na televisão. Da maneira como foi feito, pude pensar no assunto, e fui atingida em cheio pela vontade de participar, pude encontrar os amigos corredores e variar a companhia também, porque estavam corredores de diversos grupos, todos unidos pela mesma causa. O Leo, que é do meu grupo, foi correr à meia noite, depois de comermos pizza na casa de outro amigo. Assim como ele, sei que mais gente foi, para dar uma força.
Acho que podia ter sido até mais divulgado pelo Daniel e sua equipe, poderíamos ter organizado pelotões para correr em revezamento e chamado mais gente com antecedência.
O Daniel não conseguiu correr as 24horas, teve desidratação, ao que eu soube, mas como não sei detalhes, melhor não falar no assunto.
O interessante é que depois que soube que ele tinha parado, eu, por exemplo, me senti ainda mais motivada a correr lá, porque afinal de contas tinha que valer a pena o esforço dele, que foi até a exaustão, e tínhamos que manter a causa de pé, certo? No final, havia corredores solidários à Ablucan, ao Daniel, e a todos que estavam correndo.
Parabéns pela iniciativa, que uniu corredores, fortalecendo o esporte.
E vambora treinar!! Boa semana!!

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