Dia de correr e a Track and Field

Eu não me considero uma pessoa teimosa, em geral. Teimoso é o meu irmão, foi o que sempre ouvi em casa. Sei e gosto de ceder para não perder o amigo (e para encerrar de uma vez uma discussão), e adoro mudar de ideia.
Mas alguma coisa nessas provas da Track and Field desperta um sentimento dentro de mim que me faz mal.
Pois é, todo mundo adora a prova Track and Field. Eu também, e recomendo, principalmente para iniciantes, porque o percurso é plano, o kit é ótimo, tem duas distâncias, hidratação, é super organizada, banheiro de shopping...tudo de bom, certo?
Sim, mas não para baixar tempo e ser competitiva. E eu insisto em tentar baixar o tempo e buscar uma colocação melhor. E isso faz com que eu  esqueça o efeito da corrida sobre mim: ser feliz. Desta vez, graças à Bruna Lenzi, eu consegui perceber como eu mesma me pressiono e me boicoto na prova.
Durmo mal na noite anterior, fico nervosa, e dá tudo errado: não consigo aquecer o suficiente para largar bem, não consigo largar na frente, e quem já fez a prova sabe como é a largada: muvuca. Total e completa.
Esta foi a primeira que fiz no Shopping Iguatemi desde que meu pai se mudou da região, então eu nunca tinha ido de carro, estacionado, etc. Só isso já me deixou tensa, o que é ridículo, considerando que na meia do Bela Vista, na outra semana, eu estacionei do lado de fora, aqueci basicamente correndo até a largada,  logo iniciaram a execução do hino nacional (lá tem isso, é bem fofo), e lá fomos nós! E eu achei super divertido.
Em Floripa estava frio, bem frio, corri de manguito e estava congelada nas pernas.
Levei um minuto para chegar no tapete de leitura do chip, por conta da galera toda, e do espaço pequeno para os currais por pace, devidamente  desrespeitados.
O kit, como sempre, um sucesso, camiseta linda de qualidade e com possibilidade de personalizar se fizesse compra acima de determinado valor, meias otimas, toalhinha, barrinha, e desconto na loja. Na chegada, supresa: além da água, frutas e do isotônico, lata de atum, adorei!
Já o desempenho...nessa de querer ultrapassar as pessoas logo depois da largada, tive que acelerar mais do que poderia no inicio da prova, e não tinha como manter o ritmo depois, ou seja, demorei para conseguir acertar a respiração e o passo. Sinceramente, acho que levou a prova toda...apesar disso, incrivelmente, mantive um pace médio em quase todos os km.
O dia estava lindo, sem vento, só o ar que estava gelado demais para mim. Alguem lembra de eu ter dito que correr no frio pode ser mais gostoso? Mentira minha, odeio frio. 
Estava dura a prova para mim. Distância certa, prova certa, suplementação e preparação certas. Mas então me lembrei de como temos isso, dias bons e ruins. Embora eu tenha pouquíssima experiência em meia maratona, me saí bem na última, por vários motivos, e um deles, certamente, foi estar em um dia bom. Além de  relaxada, sem compromisso e sem cobranças exageradas, com uma meta que eu sabia que era possível alcançar. 
Temos dias melhores e piores de corrida, principalmente quem gosta de competir. Aprendi a duras penas, com o Dr. Fábio me auxiliando, que não é possível estar sempre no ponto máximo de treinamento, e às vezes bem quando a gente quer, não é o dia ótimo.
E eu fui achando que seria uma janela de oportunidade, mas logo descobri que, na verdade, foi na semana passada, no Bela Vista. E tambem descobri que os 10km podem ser bem sofridos. Sim, porque na meia estava frio também, e chovendo. Então o que aconteceu? Vai saber...
Frio, desaquecida, meio dolorida e percebendo que não tinha chance de pódio  - resolvi contar as meninas na minha frente no retorno da segunda volta - , desanimei total e quase quebrei, mas fui salva por um anjo, desses que aparecem, um colega de tribunal, que me puxou direto até o final, sempre ajudando a forçar, e no final das contas, fiz meu melhor tempo de T&F, 47'34", mas não meu melhor tempo de 10km. 
Só que dessa vez, acho que finalmente consegui entender que não é nessa prova que farei meu melhor tempo. Muito menos um pódio geral, porque são meninas muuuuito fortes, e é sempre a Gabriela quem ganha com 40', ou seja, não é para o meu bico.
Mais uma vez, hora de repensar objetivos e metas (falei que adoro mudar de ideia). É dureza fazer 10km por tempo, e não por diversão apenas. É pior ainda para mim ir só pela diversão em determinadas provas, então algumas realmente não posso participar, se não sei brincar.
Ainda fiquei bem, em 3ª lugar da categoria, e, pelos tempos das demais, não adiantaria nada, para efeitos de colocação, baixar um minuto, que é um bocado de tempo em 10km. Ou seja, bem dentro do meu ser competititivo, não quero só baixar o tempo, quero que isso se traduza em melhor colocação nas provas. Blargh.
Adoro correr rápido, mas tenho que escolher a prova para não me decepcionar. E treinar. Treinar, treinar, treinar. E não esquecer de me divertir como fiz em tantas provas. 
Muitas provas legais vão acontecer no início do segundo semestre. Beto Carrero no sábado à noite (não vou fazer desta vez, mas recomendo, é muito astral, em equipe), corridas da esperança dia 04 em Floripa, dia 17 tem k42 Bombinhas, dia 24 night run Joinville e no Rio.
Esta semana já estão saindo as revistas especializadas do mês, vou começar a leitura para recomendar. Na Runners já vi que tem uma reportagem ótima sobre a Maratona de São Paulo, que é em outubro (mas as inscrições terminam rápido) e tem uma distância alternativa de 25km, bem diferente. Vamos lá, em frente, consciente e esperando esquentar!!!





Comentários

  1. Andrea, definir um objetivo, às vezes, é mais difícil do que realizá-lo. Achei que foste ótima para T&F, mas concordo que as meninas tem detonado nas provas. 40' é pra me fazer comer poeira.hahaha
    Adorei o post.
    beijos e bons km's!!!
    Helena
    Blog Correndo de bem com a vida
    @Correndodebem

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