Qual seu mantra?

Estou lendo a revista Runners deste mês, e está excelente. Tenho  o hábito (não é lindo, confesso), de dobrar a ponta das páginas que quero reler, ou arrancar (se for uma receita, por exemplo), ou recomendar para alguém, etc. E na edição de novembro fiz muuuuitas dobras.
Para terem ideia, o rapaz da capa, Alexander,  estava no K42 de Bombinhas do ano passado, e fui apresentada a ele por um parceiro de corrida, o Charles. O Alexander revolucionou a vida dele com a corrida, e viaja por aí correndo, muito legal.
Uma das reportagens mais interessantes é sobre exercícios para a mente se fortalecer durante a corrida, e você ter o foco necessário para alcançar os objetivos. Em resumo, afastar os pensamentos ruins e destrutivos que te paralisam em uma prova, especialmente naquela que voce quer muito ir bem, e está em um dia bom, mas trava.
Diz a jornalista (que contratou um psicólogo do esporte) que é preciso realmente exercitar a mente, e nem todo mundo funciona apenas com pensamentos positivos (algo como "eu quero, eu posso, eu consigo", "a dor não me paralisa", ou outra frase impactante), que, sendo forçados só na hora da dor, ou do desânimo total, não surtem o efeito desejado. Assim, são várias as etapas até você descobrir o que funciona no seu caso. Isso depende, inclusive, de qual é o problema: larga muito rápido na empolgação da galera e quebra? reduz a velocidade no final porque tem medo de não terminar? quando vê uma subida ou descida lembra de alguma lesão?
Então, são os mantras. Acho que em algum momento de uma prova todo mundo precisou de um.
Não sou a pessoa mais otimista do mundo, meus pensamentos não são agradaveis em dia de prova. Estabeleço  metas, treino para isso, e no dia da prova é muito comum que eu só consiga pensar no que pode dar errado, que estou com fome, ou sem fome, que está frio, ou calor...e principalmente, que não é meu dia de chegar lá. Sei que isso é uma defesa minha, na verdade, para estar realmente preparada para  o caso de dar errado. Mas sei lá, não parece muito bom, não é?
Tenho tentado, assim, mudar os pensamentos, e a reportagem em questão fala justamente de como não é adequado você ir competir apenas pensando no resultado que espera. Isso impede até que você se concentre nos esforços necessários para a prova em si.
Vejam como acontece de a pessoa ir bem justamente numa prova que não era seu foco do momento, mas estava se preparando, treinando adequadamente, e no dia estava relaxada e feliz.
No caso do GP de triathlon, por exemplo, eu não tinha pressão alguma a não ser terminar a prova. E tinha tão claro na minha mente que eu conseguiria, porque treinei para isso, que nem por um instante eu achei que não daria certo.
Eu descobri uma coisa que funciona para mim. Na meia maratona, eu divido a prova em 3 partes, três corridas de sete km cada. Então, quando é dada a largada, eu só preciso correr 7km em um ritmo confortável. No sexto, tomo gel de carbo, e no sétimo penso que são só mais sete, agora em um ritmo mais fortinho, mas afinal já estou aquecida. E no 12º tomo mais um gel, blox, e tal, tudo sem caminhar, porque ninguém caminha correndo só sete km. E então já está lá o14º, e aí realmente só faltam sete. Avalio como estou, para ver se só tenho que administrar para manter o ritmo ou se dá para apertar um pouquinho. Só penso no quanto falta de verdade depois do 11ºkm, para faltar menos da metade. Claro que não vai dar certo em todas as provas, posso ter dores, pode estar um calorão, muitas variáveis, mas procuro manter isso na minha cabecinha.
Mas isso só é possível porque já me conheço o suficiente para saber que gosto de corrida em ritmo progressivo, e na meia maratona dá para controlar o ritmo, corrigir postura, mudar de ideia sobre o ritmo. Sendo assim, se eu largar muito rápido, não vai dar certo o plano. E eu nunca quero quebrar recordes em meia maratona, só fazer melhor do que a anterior.
E com isso descobri o quanto é legal a prova de 10 milhas, como eu já comentei. Eu divido em 5km +5km +6km, com um diferencial: no 10º, eu penso: só faltam seis!!!
Domingo passado foi a prova de revezamento da Unimed em Floripa, que podia ser em dupla, quarteto, ou individual, revezando com ninguém. Eram 16km.
Quanto mais eu penso, mais descubro o quanto não sou boa em provas em equipe, pelo nervosismo que me dá em ter gente dependendo de meu desempenho e eu dependendo do desempenho de outras pessoas, será que dá para entender? Tenho até dor de barriga. Acho que prova em equipe é para quem não é nada competitiva, vai só pela diversão, ou suuuper competitiva, e nesse caso todos da equipe tem que ter o mesmo estilo, para a coisa funcionar e ninguém cobrar mais do que o outro pode fazer.
Enfim, voltando à prova, inscrição barata para quem tem Unimed, prova na beiramar norte em Floripa, kit com camiseta de anão gordo (ou qualquer outro tamanho se você demorasse para buscar o kit), mas tinha squeeze, viseira, barrinha gostosa e bolsa térmica (diferente).
Tudo bem organizado, priorizando as equipes/duplas, o que era esperado, e o astral excelente.
Mas o clima...nossa. Quando acordei às seis da manhã, estava chovendo e já tinha um vento absurdo para o horário, até para Florianopolis. Dessa vez até eu pensei: "realmente, nós corredores, temos problemas". Em seguida, me arrumei e fui, porque isso nunca me paralisa. Meu objetivo? Inicialmente, baixar o tempo da prova anterior da distância, que foi 1h26min. Lá na hora, terminar feliz, quando percebi o ventão.
Largada pontual, todo mundo junto, duplas, individuais, equipes, paciência. Durante a prova, chuva. Mas muita chuva em alguns momentos. Com o vento. E eu achei uma delícia. Hâ?! Pois é. Nada como uma prova relax para te dar toda a felicidade que a corrida pode trazer. Graças ao dr. Fábio, voltei a ouvir música nas provas mais longas, ajuda demais a animar. E distrai do que perturba. Inclusive da chuva e do vento, e os fones protegem os ouvidos. Incrivelmente eu pensava:"é, faz parte, não se manda na natureza mesmo, o negócio é curtir". E foi o que fiz. Rindo. Me senti bem do começo ao fim, encontrei muita gente conhecida, principalmente no revezamento, aproveitando a oportunidade de fazer 4km em uma prova, por exemplo, e começar ou recomeçar.
O tempo final foi excelente para mim, 1h25min (no meu garmin, foi 1h24'59"), com um detalhe: foram 16km600m. Eu olhei no garmin nos 16km e estava em menos de 1h23, então fiquei super feliz. O mais legal: 5º lugar geral feminino!!! Ah, um pódio mais generoso que fosse atéo  5º lugar, ou uma premiação por categoria...mas não tinha, que pena.
Sabem o que falta agora? eu conseguir criar um bom mantra para prova de 10km. Não funciona o de 5km+5km, não adianta. Só me irrito porque corri muito rápido os primeiros 5km, e não tenho lastro nos dois ultimos km para dar aquela acelerada necessária. Esse negócio de a maioria dos percursos ser de duas voltas, me irrita, e acabo me vendo contando as meninas na segunda volta, vindo do outro lado, e isso só me deixa infeliz. Ideias?
E agora, qual a próxima prova? Não sei ainda. Não vou fazer a meia maratona de Blumenau, já fiz minhas "meias" do ano, mas super  estimulo o pessoal que queira, acho que vai ser emocionante a chegada no Sesi em plenos Jogos Abertos. Dia 16 tem GP de corrida em Taquaras, 20km com possibilidade de revezamento, parece bom, e dia 17 tem travessia, tentação.
Dia 17 tem uma corrida da solidariedade em Floripa, parece boa opção, dêem uma olhada no calendário do corridassc com link aqui ao lado.
Para o povo triatleta ou que quer iniciar, dia 15 de dezembro tem a famosa prova do Sagu em Blumenau, uma espécie de treino competitivo (sim, estranho), de astral excelente, com distância olímpica. É uma ótima oportunidade para experimentar o esporte, ou apenas uma das modalidades, já que pode revezamento também e o clima é de confraternização. Informãções no site da ABTRI.
Ah, estou devendo a coluna da Nutri, Kátia quis fazer alterações, e ela é a convidada de honra, faz o que quiser...
Até lá, vamos treinar!!





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